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Tocantins, Sexta-feira, 29 de março de 2024.
19/10/2015 - 22h11m

Arraias (TO): Confusão e bate boca na audiência pública com prefeito Cacildo. "Caixa está zerado", diz secretário

Fonte: Por Carlos Alencar, A1 Notícias  
A1 Noticias

Ocorreu na última quinta-feira (15), a primeira audiência pública do Município de Arraias realizado pela prefeitura municipal em atendimento a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu Art. 8º Parágrafo 4º, uma obrigatoriedade de cada município brasileiro.
Na audiência, passível de ser questionada já que não atendeu aos princípios de publicidade e ampla participação, a Prefeitura Municipal, através de seus secretários e do Prefeito Municipal Cacildo Vasconcelos, apresentou as receitas e as despesas do município nos meses de janeiro a agosto.
De acordo com essa prestação de contas, feita pelo Contador do Município Frederico de Paula e pelos secretários de Saúde e de Educação, Raimundo Júnior e Cleber de Paula respectivamente, a prefeitura enfrenta imensa dificuldade em gerir a máquina com a diminuição da arrecadação e dos repasses financeiros como o FPM.
De acordo com Frederico de Paula, "hoje a realidade é que o município está com o caixa zerado e ainda está devendo atrasados". 
Essa também é a situação da Secretaria de Educação, que de acordo com Cleber de Paula, está gastando mais do que o que recebe, isso tanto com serviços como com a folha de pagamento da pasta.
Ao ser questionado sobre um valor que é destinado a saúde bucal no município, o secretário Raimundo júnior esclareceu que "todo o recurso está sendo aplicado no programa. O problema é que o recurso é pouco, só para se ter uma ideia, só os vencimentos da odontóloga consome quase todo esse recurso".
No decorrer da audiência, o prefeito municipal usou a palavra para tentar justificar ao público presente os motivos pelos quais o município está com as contas atrasadas, em especial o salário dos servidores, a maioria da plateia que estava no evento.
De fato, o prefeito não apresentou nenhum projeto de solução do problema, mas apenas apresentou vários projetos de sua autoria que seriam a garantia de que o município não estaria na atual situação, projetos esses não aprovados pela Câmara Municipal de Arraias, sob a justificativa de que todos eles são para aumentar impostos, "e nós não podemos massacrar ainda mais o povo", afirmou ao site o vereador Carlos César.
Para o vereador Tatarena, o problema do gestor é falta de diálogo. 
"Ele quer que a sociedade engula de qualquer forma os projetos dele, existe projeto aí que os impostos podem aumentar em mais de 100%, já conversamos e afirmei a ele que eu seria o primeiro a aprovar se os valores coubessem no bolso do povo de Arraias, mas ele não aceita, se não for da forma dele nada feito e eu não aprovo projeto para penalizar ainda mais o povo".
A confusão e o bate boca começou no final do evento que foi encerrado as pressas pelo mestre de cerimônia no momento em que alguns participantes, não contentes com as justificativas do prefeito, assim como os vereadores pediram o direito de resposta, mas esse lhes foi cerceado, negado. 
A partir daí o bate boca entre alguns vereadores e o prefeito voltou à tona como sempre, e o povo, os servidores, os principais interessados saíram da audiência sem saber a resposta que tanto queriam, quando irão pagar seus salários ?
Em sua última fala na audiência, o prefeito municipal, ao se recusar a ouvir quem queria falar, afirmou que eram "discussões políticas e que essas só seriam tratadas no plenário da Câmara Municipal", pedindo aos vereadores que o convocasse.
Mas o prefeito não esperou para ser convocado e ele mesmo tomou a iniciativa e enviou na sexta-feira (16), ao presidente da Câmara, um Ofício onde para que faça "a fineza de marcar, para qualquer hora e dia do mês de novembro [...] uma reunião (debate político) nessa câmara municipal para esclarecimentos e dúvidas sobre nossa administração". (trecho do ofício).
No mesmo Ofício, o prefeito também pede ao presidente que providencie o convite para toda a sociedade arraiana para que essa possa "participar desse evento".
De toda forma, a briga política e em certos momentos particular entre alguns vereadores e o prefeito tem prejudicado e muito o andamento da situação.
Em especial agora quando a crise é clara e a melhor saída é unir todos os gestores e representantes da sociedade civil organizada para sentar, discutir e apontar os melhores caminhos para o enfrentamento da crise, isso é o que o povo quer. 
Ninguém mais aguenta participar de lutas mascaradas de reuniões públicas para ouvir a mesma coisa, não ter a oportunidade de falar e ainda sair sem resposta.
Fonte: A1 Notícias 

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