Comissão de �tica e Disciplina expulsa Kátia Abreu do PMDB; senadora arrolou Lula e Dilma como testemunhas - Tribuna do Interior

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Tocantins, Quinta-feira, 28 de março de 2024.
17/08/2017 - 07h43m

Comissão de �tica e Disciplina expulsa Kátia Abreu do PMDB; senadora arrolou Lula e Dilma como testemunhas

Luís Gomes e Cleber Toledo 
Divulgação
Kátia Abreu, que foi expulsa do PMDB por infidelidade partidária, com base em representação do Tocantins
Kátia Abreu, que foi expulsa do PMDB por infidelidade partidária, com base em representação do Tocantins

O Comissão de �tica e Disciplina do PMDB Nacional decidiu, por unanimidade dos nove membros, nesta terça-feira, 16, expulsar a senadora Kátia Abreu por considerar que ela feriu a ética e a disciplina partidária, com críticas à sigla, ao governo do presidente Michel Temer e por ter votado contra matérias defendidas pela legenda. A expulsão, chamada eufemisticamente pelo PMDB de "afastamento", teve por base representação do diretório regional do Tocantins.

Agora a decisão da conselho de ética será encaminhada ao presidente nacional, senador Romero Jucá, que poderá referendar ou convocar a executiva nacional para isso. Conforme o CT apurou, Jucá deve confirmar a decisão do conselho e comunicar a expulsão da senadora ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO). Ela não poderá mais assumir cargos do partido no Senado, nem mais falar em nome do PMDB.

Além da representação que sustentou a decisão do conselho, existem outras três contra a senadora: uma também do Tocantins, outra da deputado federal tocantinense Dulce Miranda e uma da Comissão Nacional da Juventude. Outro caso, do voto da senadora em favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no episódio do impeachment, foi arquivado porque outros parlamentares da legenda também foram absolvidos sob a mesma situação.

Lula e Dilma como testemunhas
Kátia Abreu na sua defesa apresentada também nesta quarta-feira indicou 24 testemunhas. Na lista estavam os ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A congressista fez questão de destacar que a legenda não propôs nenhum tipo de punição a filiados condenados por crimes graves, como corrupção e formação de quadrilha, enquanto é acionada por infidelidade partidária.

Em sua defesa, a senadora diz que renomados nomes do PMDB têm enfrentado problemas de ordem criminal, sendo que alguns já foram condenados e presos - como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. "Até mesmo o presidente da República foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República", lembra. O partido, porém, não questionou a conduta de nenhuma desses filiados.

Entenda
A senadora Kátia Abreu deixou o PSD em setembro de 2013 para ingressar no PMDB. Ela teve importante papel para garantir o comando do partido no Estado ao governador Marcelo Miranda, que disputava a sigla com o então deputado federal Júnior Coimbra. Para isso, Kátia usou a influência que tinha junto ao então presidente nacional da sigla, Valdir Raupp, e ao então vice-presidente da República, Michel Temer.

Para dar a legenda a Kátia e Marcelo nas eleições do Tocantins de 2014, a cúpula peemedebista chegou a fazer uma intervenção em diretórios municipais do Estado às vésperas das convenções. Kátia foi colocada como vice-presidente do PMDB estadual na comissão provisória criada e assumiu a presidência com a saída do senador Waldemir Moka (MS).

Após a vitória de outubro de 2014, Kátia rompeu com Marcelo, numa briga homérica no final de dezembro daquele ano. Depois começou outra batalha pelo comando do PMDB tocantinense com o governador, que só acabou com um acordo na executiva nacional, que dividiu os cargos meio a meio, deixando a presidência com o marcelista Derval de Paiva.

Com a crise nacional se aprofundando, Kátia, então ministra da Agricultura do governo do PT, passou a criticar publicamente seu partido, o governador Marcelo Miranda e a cúpula do PMDB que a tinha ajudado em 2014. No impeachment, em 2016, a senadora assumiu a linha de frente de defesa de Dilma no Congressso. Após a posse de Temer, ela passou a criticar e votar contra o novo governo, ao mesmo tempo que engrossava a voz contra o ex-aliado Marcelo Mirada.

Kátia está conversando com o PDT e com o Podemos.

Confira a lista de testemunhas indicadas pela senadora Kátia Abreu:

1. Douglas Marcelo Alencar Schmitt - Tocantins
2. Ã?ngela Alves - Tocantins
3. Alexandre Fleury Jardim - Tocantins
4. Jorge Wazeler Pés (Jorge Gaúcho) - Tocantins
5. Jair Martins - Tocantins
6. Deputado Estadual Rocha Miranda - Tocantins
7. Governador Ivo Sartori - Rio Grande do Sul
8. Senador Renan Calheiros - Alagoas
9. Senador Roberto Requião - Paraná
10. Senador Eduardo Braga - Amazonas
11. Senador Edson Lobão Filho - Maranhão
12. Senador Eunício Oliveira - Ceará
13. Senador Valdir Raupp - Rondônia
14. Senador Jorge Vianna - Acre
15. Senador Armando Monteiro - Pernambuco
16. Senador Wellington Salgado - Minas Gerais
17. Deputado Laura Carneiro - Rio de Janeiro
18. Deputado José Augusto Pugliesi - Tocantins
19. Ex. Governador André Puccinelli - Mato Grosso do Sul
20. Ex. Prefeito Eduardo Paes - Rio de Janeiro
21. Ex. Presidente Dilma Vanna Rousseff - Rio Grande do Sul
22. Ex. Presidente Luís Inácio Lula da Silva - São Paulo
23. Ministro Gilberto Kassab - São Paulo
24. Ministro Leonardo Picciani â?? Rio de Janeiro
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