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Tocantins, Quinta-feira, 28 de março de 2024.
27/04/2017 - 23h03m

Dois candidatos disputam prefeitura de Taguatinga em eleição suplementar

Do Portal CT 
Divulgação

A eleição suplementar de Taguatinga (TO) acontece no dia 4 de junho e contará com apenas duas chapas. O segundo colocado no pleito ordinário do ano passado, Altamirano Zequinha Gonçalves (PV), tentará novamente eleger-se gestor do município, tendo João Pereira (PPS) como vice. 
Do outro lado, Lúcio Renato (PSD), ao lado de José Aires (PSC), é quem busca a vaga do Executivo. A campanha terá início nesta segunda-feira, 1º de maio.
Altamirano Zequinha Gonçalves, conhecido como Miranda Taguatinga, fez uma larga composição. 
Além do Partido Verde, outras nove siglas integram a chapa "Unidos por Taguatinga": PPS, PMDB, SD, PTN, PSB, PHS, PT, DEM e PRB. "Nós tivemos uma grande união de lideranças de vários partidos e fizemos um pacto por uma gestão com muita austeridade", disse o pevista em breve conversa nesta terça-feira, 25, com o CT.
Miranda Taguatinga se disse preocupado com a situação financeira do município, explicando que o alto número de dívidas do Paço engessou a administração. Por esta razão o pevista reforçou a importância da austeridade. 
"Quero contar com o apoio dos empresários, agricultores, comerciantes, para realmente fazer um choque de gestão. A união [de partidos] não foi para ganhar, mas para ter condições de fazer uma boa gestão", afirmou.
Em relação ao ex-prefeito Paulo Roberto (PSD) - primeiro colocado no pleito ordinário, mas teve a inelegibilidade confirmada pela Justiça Eleitoral -, Miranda Taguatinga analisa que seu apoio a Lúcio Renato pode prejudicar a candidatura do seu adversário. 
"Cai a máscara com o julgamento. A credibilidade dele ficou bem abalada", resumiu o pevista, que mesmo assim, ponderou: "Nós temos consciência de que há uma possibilidade boa de vitória, mas sem menosprezar o adversário".
Sem conversa
Lúcio Renato não quis conversar com o CT por telefone. O candidato apenas revelou que ainda busca o apoio das siglas que resolveram não compor com nenhuma das chapas. Oficialmente, o grupo "A Volta do Progresso" tem PSD, PDT, PMN e o PDT. 
O social democrata ainda afastou a possibilidade de Paulo Roberto prejudicar sua pretensão de chegar ao Paço de Taguatinga. "Vou contar com o apoio dele sim. Não atrapalha em nada. Paulo Roberto não fez nada que possa atrapalhar minha campanha", garantiu.
Paulo Roberto também afirmou ao CT não ver sua presença no palanque de Lúcio Renato, o Lucin, como algo negativo, pelo contrário. "Vamos apoiar porque a gente tem responsabilidade com a cidade. 
Nós tivemos 3.001 votos. O eleitor quer saber onde eu estou para acompanharem. Vamos ajudá-lo a fazer uma gestão histórica", disse o social democrata, que vai virar cabo eleitoral de quem foi seu candidato a vice no pleito ordinário do ano passado.
"Quando fui candidato, o Tribunal Regional Eleitoral [TRE] julgou na sexta-feira das eleições. Então, insisto: o resultado saiu antes das eleições. Então, não atrapalha em nada. 
Já fui prefeito duas vezes, tenho uma trajetória de resultado e benefício para o povo. Não tem nada a ver", acrescentou o ex-prefeito. Paulo Roberto ainda fez questão de questionar a decisão que resultou na sua inelegibilidade.
De acordo com Paulo Roberto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não seguiu o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de agosto do ano passado, que definiu o Legislativo como o órgão competente para julgar as contas do gestor. "Quem cassa é a Câmara e todos os meus balancetes foram todos aprovados", defendeu-se. Na época, o entendimento foi encarado como o fim da Lei Ficha Limpa.
Entretanto, conforme o próprio CT repercutiu, o juízo do STF se refere apenas às decisões dos tribunais quanto as tomadas de contas ordinárias, que são responsáveis por julgar o ordenamento de despesas anuais dos gestores. Existe a chamada as apreciações especiais, que tratam dos convênios recebidos pelos prefeitos, que engloba o caso de Paulo Roberto.
Entenda
Um novo processo eleitoral será realizado em Taguatinga porque o primeiro colocado no pleito do ano passado, Paulo Roberto (PSD), teve sua inelegibilidade confirmada no dia 14 de março pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
No fim da eleição, após o fim da apuração, os 3.001 votos recebidos pelo social democrata foram declarados nulos. A Corte Regional já havia considerado o então candidato inapto a disputar o pleito.
Em setembro do ano passado, por 4 votos a 3, a Corte tocantinense acolheu as argumentações da Procuradoria Regional Eleitoral, que entendeu que Paulo Roberto é inelegível devido a quatro acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) que reprovaram convênios da Prefeitura de Taguatinga com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) entre 1997 e 2004, quando o social democrata era o gestor do município.
Em março deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve o entendimento da Corte Regional. Todos os magistrados seguiram a relatora do caso, a ministra Rosa Weber, que anotou: 
"Eu nego provimento, reputo prejudicado pedido de efeito suspensivo e também a ação cautelar. E ainda incluiria, senhor presidente, uma comunicação, a meu juízo necessária e imediata ao tribunal de origem, visando a realização de um novo pleito majoritário no município".

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