Evangélicos curtem inovar na cama e até compram em sex shop gospel - Tribuna do Interior

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Tocantins, Sexta-feira, 29 de março de 2024.
26/10/2015 - 18h17m

Evangélicos curtem inovar na cama e até compram em sex shop gospel

Yannik D´Elboux Do UOL, no Rio de Janeiro 
Portal uol
POSI��ES SEXUAIS: esse é um dos assuntos menos polêmicos entre os evangélicos. De forma geral, não existe uma preocupação muito grande quanto às posições escolhidas para a prática sexual. Os limites devem ser estabelecidos pelo casal, com base
POSI��ES SEXUAIS: esse é um dos assuntos menos polêmicos entre os evangélicos. De forma geral, não existe uma preocupação muito grande quanto às posições escolhidas para a prática sexual. Os limites devem ser estabelecidos pelo casal, com base

A máxima que diz que entre quatro paredes vale tudo não serve para quem usa a bíblia como manual para o sexo. Para a maioria dos evangélicos (22,2% da população, segundo o censo 2012 do IBGE, incluindo todas as vertentes da religião), antes do desejo vem a vontade de Deus. Mas nem só de oração vivem os casais religiosos. Apesar das restrições que envolvem os lençóis daqueles que seguem o que se costuma chamar de sexualidade cristã, a busca pelo prazer também existe.

A ideia do sexo apenas como ato para a procriação já anda ficando para trás na grande parte das correntes religiosas evangélicas de missão e de origem pentecostal. O assunto é cada vez mais abordado, inclusive dentro das igrejas, a despeito dos tabus que ainda se proliferam.

Percebendo a importância de uma boa vida sexual para o equilíbrio do casamento, os fiéis também estão interessados em esquentar as coisas na cama. A curiosidade crescente pelo tema tem impulsionado até o surgimento de um mercado erótico exclusivo para esse público, com sex shops que geralmente trazem as palavras "cristão", "evangélico" ou "gospel" no nome. 

As diferenças em relação a sex shops convencionais não se resumem ao nome. A loja virtual Para Evangélicos, por exemplo, deixa claro logo na primeira página do site que é um sex shop para "casais casados". Além disso, o proprietário Rafael Pedroso explica que o leque de brinquedos eróticos disponíveis é um pouco diferente. "Não focamos a exposição de produtos voltados ao sadomasoquismo e aos homossexuais".

A loja também não exibe imagens muito explícitas e evita divulgar produtos como próteses penianas e vaginais, apesar de comercializá-las. O destaque maior é paraos cosméticos, como óleos, bolinhas explosivas e géis. Pedroso, que já atua no ramo erótico há cinco anos, conta que decidiu criar o negócio depois de perceber que a maioria dos seus clientes das vendas por catálogo era formada por evangélicos.

Prazer e pecado

Mesmo querendo quebrar a rotina sexual, muitos casais evangélicos têm dúvidas de até onde podem ir sem cair no pecado. A bíblia é uma só, mas as interpretações e divergências são muitas. Para o médico ginecologista Waldir Moreno Arevalo, especialista em Terapia Sexual e membro da Primeira Igreja Batista de Santo André (SP), a liberdade do casal é grande, desde que de comum acordo e com base no amor, carinho e afeto.

"No Livro de Cantares (da bíblia) existem várias passagens em que o casal usa locais eróticos, como jardins, frutas para se revigorar, visualização do corpo nu para se erotizar, coisas que depois de séculos a ciência veio orientar para a melhora do desempenho sexual", afirma Arevalo, sobre o que é válido para apimentar a relação sem fugir dos valores cristãos, segundo sua orientação religiosa.

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