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07/06/2016 - 17h48m

Janot pede prisão de Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Romero Jucá e José Sarney

Do Portal CT 
Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu os pedidos de prisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo informações da Folha de São Paulo, o caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a base para os pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Os pedidos de prisão foram divulgados pelo O Globo. Em relação a José Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica. Rodrigo Janot também pediu ao Supremo Tribunal Federal o afastamento de Renan Calheiros da Presidência do Senado. Já a ação da Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha foi revelada pela TV Globo nesta manhã de terça-feira, 7.

Foto: Divulgação/Montagem CT
Expectativa é de que a PGR ofereça as primeiras denúncias contra os integrantes da cúpula do PMDB



Gravações de Machado
O senador Romero Jucá, doze dias após a posse no Ministério do Planejamento, teve conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado divulgado. No diálogo gravado, o peemedebista chegou a falar em um pacto que seria para barrar a Lava Jato. O caso fez com que renunciasse do cargo no governo do interino Michel Temer

Outro diálogo revelou que o presidente do Senado, Renan Calheiros, chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de mau caráter e disse que trabalhou para evitar a recondução dele para o comando do Ministério Público, mas ficou isolado.

Delação
De acordo com a Folha de São Paulo, em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro afirmou que pagou ao menos R$ 70 milhões desviados de contratos da subsidiária da Petrobras para líderes do PMDB no Senado.

A maior parte da propina teria sido entregue para o presidente do Senado, sendo R$ 30 milhões. Renan é considerado o padrinho político de Machado e principal responsável por dar sustentação a ele no cargo, que ocupou por mais de dez anos, cita o veículo paulista. A colaboração traria ainda indicações de recursos para os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

Sérgio Machado apontou ainda aos investigadores que Jucá e Sarney levaram do esquema R$ 20 milhões cada um. Não há detalhes sobre como o ex-presidente da Transpetro teria feito esses repasses, que foram desviados da empresa que é responsável pelo transporte de combustível no país.

Denúncias
Diante das colocações do ex-presidente da Transpetro, a expectativa é de que a Procuradoria ofereça as primeiras denúncias contra os integrantes da cúpula do PMDB no Senado. Pessoas próximas às investigações, segundo aFolha de São Paulo, dizem que os depoimentos de Machado são um dos melhores entre as delações fechadas, porque revela detalhes e não apenas indicações ou referências do que teria ouvido sobre o esquema.

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