A executiva nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) se reuniu na manhã desta quarta-feira, 16, e aprovou a resolução que determina que todas as filiações de deputados federais e senadores à sigla sejam submetidas à direção. Presente na reunião, a congressista tocantinense Josi Nunes comemorou a decisão. Para Josi, o PMDB não pode ser utilizado para a conquista de interesses individuais ou de grupos que não tenham o devido compromisso e identidade com a sigla. "Essa nova regra vai corrigir distorções e consolidar os princípios do partido, exigindo desta forma, que os novos filiados que desejam integrar a legenda, tenham compromisso com o partido", completou a parlamentar.

Em uma articulação costurada pelo vice-presidente Michel Temer e a ala do PMDB pró-impeachment, a resolução foi aprovada por 15 votos favoráveis contra 2 contrários e uma abstenção, a resolução propõe que a executiva tenha o prazo de dez dias para apreciar as novas filiações, antes realizadas pelos diretórios estaduais. A medida busca impedir que a novas filiações interfiram na disputa pela liderança do PMDB na Câmara Federal.

Conforme o jornal O Estado de S.Paulo, A resolução, na avaliação de integrantes do partido, fortalece a posição de Temer e da legenda, uma vez que o objetivo da decisão foi barrar articulação da bancada do PMDB do Rio de Janeiro e do Palácio do Planalto para reconduzir Leonardo Picciani (RJ), pró-governo, à liderança do partido na Câmara. O parlamentar carioca foi destituído do cargo na semana passada, após deputados da ala pró-impeachment apresentarem lista com 35 nomes para indicar Leonardo Quintão (MG) ao cargo.

Ainda de acordo com o jornal, à cúpula da legenda chegou a informação de movimentação de que ao menos quatro deputados do Rio poderiam embarcar na sigla ou dar espaço para que suplentes do PMDB ingressassem na bancada, para dar apoio a Picciani.

Nessa terça-feira, 15, diretórios regionais do PMDB enviaram documento à Executiva Nacional hipotecando apoio a esta medida. Entre eles, o diretório do Tocantins. O presidente tocantinense, Derval de Paiva, inclusive, defendeu que o próximo passo do partido seja entregar os ministérios e cargos que possui à presidente Dilma Rousseff (PT).