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Tocantins, Terça-feira, 23 de abril de 2024.
14/02/2017 - 16h59m

Justiça decreta falência do Porcão; Igeprev deve perder mais de R$ 300 mi e pode ser acionado por credores

Do Portal CT 
Foto: Internet
ma das unidades do Porcão no Rio, que já foi fechado em função da crise da empresa
ma das unidades do Porcão no Rio, que já foi fechado em função da crise da empresa

Uma péssima notícia para o Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). O juiz em exercício na 7ª Vara Empresarial do Rio, Paulo Assed Estefan, decretou a falência do Porcão, a rede de churrascarias na qual o instituto de Previdência do servidor tocantinense investiu R$ 470 milhões no governo passado. Conforme o jornal O Globo, a ação foi proposta pela Hard Rock Café, que cobra do Porcão o pagamento de uma dívida de R$ 682 mil.

De acordo com o jornal carioca, na decisão, o juiz considerou "legítima" a alegação do Hard Rock de "impontualidade no pagamento" e usou como base a Lei de Falências: "A Lei 11.101/2005 trouxe como inovação para fundamentação do pedido falimentar a mera impontualidade quanto ao pagamento de crédito superior a 40 salários mínimos".

Os R$ 682 mil ainda tinham sido "repactuados" entre as duas empresas, de uma dívida total que era bem maior, de R$ 4,8 milhões. O juiz determinou também o lacre dos estabelecimentos comerciais das empresas falidas: Porcão Licenciamentos e Participações e da sua incorporadora Brasil Foodservice Manager.

Tem R$ 330 milhões
Na gestão Siqueira Campos (sem partido), o Igeprev investiu R$ 470 milhões na holding Brazil Foodservice Group (BFG), proprietária do Porcão. O atual presidente do instituto, Jacques Silva, afirmou que, na época, o órgão chegou a resgatar R$ 140 milhões, mas R$ 330 milhões ficaram.

Silva disse ao CT que tinha acabado de receber notícia sobre a falência do Porcão. Assim, afirmou que precisará analisar mais detalhadamente o caso. A primeira preocupação é que credores da rede possam mover ações para que o Igeprev arque com os prejuízos. Isso porque, explicou o presidente do órgão, a gestão passada colocou o instituto como "cotista solidário".

Jacques Silva disse que já era difícil receber o investimento feito pelo Igeprev no Porcão. Com a falência, o cenário ficou ainda mais obscuro. O presidente afirmou que o instituto vai se habilitar na massa falida, mas disse que o BFG não tem mais patrimônio que permita o resgate dos investimentos feitos pelo fundo dos servidores tocantinenses.

No ano passado, o grupo chegou a ingressar com uma ação cautelar inominada contra o Igeprev para receber R$ 47,4 milhões, a título de investimento do instituto na empresa. O pedido de liminar foi negado pela Justiça.

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