A senadora Kátia Abreu (PMDB), ex-ministra da Agricultura, foi duramente vaiada por produtores rurais de todo o País que estavam no Senado na manhã desta quarta-feira, 3, para participar de uma audiência pública sobre as consequências para o agronegócio do recolhimento do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). O imposto foi tornado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no final de março obrigando o empregador rural pessoa física a contribuir.

Líder do setor rural, que lhe garantiu a ascensão política e a levou a presidir a poderosa Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia se tornou persona non grata no meio quando decidiu integrar o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, do partido mais rejeitado pelo agronegócio, o PT. Para piorar, a senadora tocantinense resolveu ainda continuar ao lado de Dilma no processo de impeachment, no qual se tornou uma das principais articuladoras da petista.

Partiu dela, inclusive, a proposta de tirar o mandato da ex-presidente, mas não torná-la inelegível. No dia da votação do impeachment no Senado, outro argumento de Kátia para não tirar da petista o direito de ocupar funções públicas deixou sua base, o agronegócio, em polvorosa: "A presidente já fez as contas de sua aposentadoria e deve se aposentar com cerca de R$ 5 mil. Então, precisa continuar trabalhando para suprir as suas necessidades", afirmou a senadora tocantinense.

Pelas vaias desta quarta, ficou claro que nada disso foi esquecido pelo eleitorado de Kátia.