A mulher é uma presença marcante no Poder Executivo estadual. Ocupa os mais variados cargos, desde a auxiliar de serviços gerais, fundamental para a manutenção dos prédios públicos, até os mais altos postos, a começar pela vice-governadora Claudia Lelis, passando por cinco gestoras do primeiro escalão.
Ao todo, são 24.400 servidoras públicas, sendo que a maioria detém um alto grau de qualificação â?? do total, 11.791 têm ensino superior, 2.944 possuem ensino médio especializado, 64 são pós-graduadas e 49 são mestres. A média de idade de nossas trabalhadoras é de 42 anos, sendo as mais jovens com 18 anos e a mais experiente com 78 anos.
Entre os fatores que atraem as mulheres para o serviço público está a equidade salarial. Segundo pesquisas da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Catho, a participação feminina na liderança das empresas aumentou 109,93% desde 2002. Mesmo assim, os salários são em média 30% inferiores aos dos homens. � uma realidade mundial.
Relatório das Nações Unidas (ONU) divulgado em fevereiro, que avaliou a equidade de gênero em 167 paÃses, aponta que no atual ritmo serão necessários 81 anos para se alcançar a paridade de gênero na economia e 50 anos para a igualdade na representação parlamentar.
Isso não acontece no setor público, onde o concurso garante os princÃpios de igualdade, isonomia e impessoalidade. Sendo assim, os cargos oferecidos em certame serão preenchidos por mérito, não importando o gênero do candidato.
Valorização
Também na hora de definir ocupantes de cargos de chefia e assessoramento, o Governo do Tocantins mostra confiança em suas servidoras. Um exemplo é a Secretaria de Estado da Administração (Secad), onde 26 dos 55 cargos de chefia são comandados por mulheres.
Diretora de Gestão de Pessoal e Folha de Pagamento, setor nevrálgico da Secad, a bacharel em Direito Vagléia Camargo conduz diariamente as tarefas de 55 técnicos, sendo a metade homens. Ela conta que a racionalidade e objetividade do homem facilitam a compreensão e o respeito no ambiente de trabalho. Já a mulher é mais sensÃvel e detalhista. "Prefiro trabalhar com uma equipe mesclada, para ter um equilÃbrio entre a racionalidade do homem e a dedicação e zelo da mulher", pontuou a diretora, lembrando que procura ter uma boa relação profissional com todos, independente do sexo.
Formada em Psicologia, especialista em Administração e Planejamento para Docentes e em Gestão Pública, Denise Beltrame é servidora estadual desde 1995, e está acostumada a chefiar equipes compostas por homens. Hoje, atua como diretora de Desenvolvimento e Formação e afirma que nunca sofreu preconceito por ser mulher e estar no comando. "Não sinto dificuldades em chefiar homens. Eu tenho o respeito deles porque procuro tratá-los com respeito. Busco passar credibilidade, ter postura e organização na minha conduta", explicou.
Servidora há mais de 11 anos na Diretoria de Controle de Pessoal e Folha de Pagamento, Weyne San Nickson Filgueras Pereira atualmente é chefiado por Vagléia, mas pela diretoria já passaram outros cinco gestores, sendo dois homens e três mulheres. De acordo com ele, as chefes mulheres geralmente são comprometidas, organizadas e cobram resultados. "A diferença não está no sexo, e sim na personalidade de cada um", comentou.