Tribuna do Interior

Tocantins, Sexta-feira, 29 de março de 2024.
17/04/2020 - 17h12m

No Tocantins, testagem de pacientes com suspeita de Covid-19 é rápida e atende à demanda existente

Sara Cardoso/Governo do Tocantins 
Foto: Nielcem Fernandes/Governo do Tocantins
A equipe do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen), vem atuando de forma contínua para atender as solicitações de testagem para a Covid- 19
A equipe do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen), vem atuando de forma contínua para atender as solicitações de testagem para a Covid- 19
  • O Lacen tem em seu estoque o total de 5.100 testes pelo método de RT-PCR, sendo 1.100 recebidos pelo Ministério da Saúde e outros 4.000 recebidos por meio de doação feita pela Petrobrás

Todos os órgãos do Governo do Tocantins, em especial a Secretaria de Estado da Saúde (SES), não têm medido esforços para oferecer um atendimento ágil e de qualidade em meio à pandemia provocada pelo novo Coronavírus. A equipe do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen), por exemplo, vem atuando de forma contínua para atender as solicitações de testagem para a Covid- 19, feitas pelas unidades de saúde. 

Até esta quinta-feira, 16, os profissionais do Lacen analisaram, por meio do exame de PCR-RT, o total de 539 amostras, provenientes de pedidos de exames feitos por diversos municípios. Este número está muito abaixo da capacidade técnica já instalada do laboratório, que consegue analisar diariamente até 140 amostras.

"A análise feita pelo Lacen avalia se há presença do gene do novo Coronavírus, que é o Sars Cov-2. Estes exames são indicados para a fase inicial ou aguda da doença, quando há a replicação do vírus no organismo da pessoa", explica biomédica, doutoranda em Pesquisa Aplicada à Saúde pela Fiocruz e diretora do Lacen, Jucimária Dantas Galvão.

A análise do Laboratório Central é feita em amostras que são coletadas e enviadas pelos municípios. Segundo orientações do Ministério da Saúde (MS), o diagnóstico da Covid-19 deve ser realizado primeiramente pelo profissional de saúde, que deve avaliar a presença de critérios clínicos.

Quem deve fazer o teste

 "O Ministério da Saúde orienta que sejam feitos exames em pessoas que apresentem quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, que pode ou não estar presente na hora da consulta, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade respiratória, o que é chamado de Síndrome Gripal", explica o médico infectologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Rafael Albuquerque.

Também deve ser testada a pessoa que apresente desconforto respiratório/dificuldade para respirar ou pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor do que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto, o que é chamado de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Caso o paciente apresente os sintomas, o profissional de saúde deve notificar imediatamente a suspeita, fazer a coleta da amostra e encaminhar ao Laboratório Central, para que este faça a análise por meio do exame RT-PCR, que diagnostica tanto a Covid-19, a Influenza ou a presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

Os municípios são autônomos e devem organizar o serviço de saúde em seu território levando em consideração as orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde. O município de Palmas, por exemplo, por meio na Nota Técnica 002/2020 de 30 de março, orienta que todos os serviços de saúde que realizarem o primeiro atendimento ao paciente com a suspeita da Covid-19 devem fazer a notificação, orientar o isolamento por 14 dias, disponibilizar atestado e orientar sobre os sinais de gravidade. Também recomenda que as pessoas que viajaram para algum lugar que apresente transmissão comunitária da doença ou que tenham feito viagem internacional permaneçam em isolamento domiciliar por 14 dias, mesmo que sem sintomas.

Estoque abastecido

A diretora Jucimária Galvão ressalta que o Laboratório Central do Estado tem, em seu estoque, o total de 5.100 testes pelo método de RT-PCR, sendo 1.100 recebidos pelo Ministério da Saúde e outros 4.000 recebidos por meio de doação feita pela Petrobrás à Rede de Lacen de todo o Brasil.

Ela explica ainda que os testes rápidos que são realizados nas unidades de saúde, como os que estão sendo distribuídos pelo Ministério da Saúde, são testes sorológicos que se baseiam na pesquisa dos anticorpos que são desenvolvidos pelo organismo da pessoa infectada. "O Ministério recomenda que este tipo de teste seja feito a partir do sétimo dia do início de sintomas ou da infecção, pois é quando os anticorpos produzidos em resposta à doença podem ser detectados", ressalta a diretora.

Distribuição de testes rápidos

A Secretaria de Saúde já distribuiu para os 139 municípios os 4.268 testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde ao Tocantins e trabalha na estratégia para a distribuição de mais 4.300 testes que chegaram nessa quarta-feira, 15.

"Temos testes suficientes para atender a demanda atual de exames RT-PCR e nossos profissionais estão trabalhando todos os dias no recebimento e na análise das amostras. Também já estamos organizando o envio da segunda remessa de testes rápidos recebidos pelo Ministério da Saúde, que será destinada especialmente ao atendimento de profissionais de saúde e de segurança pública", explicou a diretora do Lacen. Ao todo, serão cinco remessas de testes rápidos feitas pelo MS aos estados, incluindo o Tocantins.

Testes rápidos X Teste de PCR

Os testes rápidos utilizam amostras de sangue capilar ou venoso. O resultado é verificado após 15 minutos da realização, sendo necessário que seja realizado após o sétimo dia do início dos sintomas, devido às características da infecção pela Covid-19, já que nos primeiros dias após o início dos sintomas os anticorpos não são devidamente detectados por esse tipo teste.

Já no exame de RT-PCR, a primeira ação é o uso da enzima transcriptase reversa para transformar o ácido ribonucléico (RNA) do vírus em ácido desoxirribonucleico (DNA) complementar, também chamado de cDNA.

Depois de ter sido transformado, são inseridos os primers, uma fita simples de DNA que identifica a região do gene que se pretende iniciar a amplificação. Com uma sonda complementar ao gene do vírus (SARS-CoV-2), é possível observar se o conteúdo molecular é correspondente ao do agente infeccioso que os pesquisadores estão investigando.


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