"Produtores, que federação agropecuária queremos?", por Ruben Ritter - Tribuna do Interior

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Tocantins, quarta-feira, 24 de abril de 2024.
12/05/2017 - 12h10m

"Produtores, que federação agropecuária queremos?", por Ruben Ritter

RUBEN RITTER  
Divulgação
� presidente da Associação dos Produtores de Soja do Tocantins (Aprosoja-Tocantins) rubenritter@uol.com.br
� presidente da Associação dos Produtores de Soja do Tocantins (Aprosoja-Tocantins) rubenritter@uol.com.br

Caro produtores, caros cidadãos,

Na noite passada tive conhecimento das notícias relativas ao processo sucessório na Federação da Agricultura (Faet). Embora esta relação dos sojicultores com os sindicatos rurais, a Federação e a Confederação da Agricultura sejam pauta frequênte nas reuniões da Aprosoja, o texto que redijo nesta madrugada de sexta-feira, dia 12 de maio, seja uma posição coerente com o pensamento dos sojicultores, ainda precisará ser referendada como uma posição da Aprosoja Tocantins.

Portanto, na menor quantidade de linhas possíveis vou tentar exprimir nosso pensamento a respeito do tema, abordando os fatos, as causas, as consequências, e finalmente as mudanças que entendemos necessárias para que a Faet venha a ser o órgão legítimo, e eficaz na representação dos anseios de todos os Produtores
Rurais do Tocantins.

FATOS
Respeitando todas as correntes e pensamentos, entendemos que a Faet não tem sido a instituição que ecoa os pensamentos e muito menos atua na defesa das inúmeras demandas dos produtores. Lembramos que a primeira eleição da senadora Kátia Abreu foi viabilizada pela forte interferência do então governador Siqueira campos. A partir daí a senadora construiu uma das mais destacadas carreiras política. Entretanto para viabilizar este projeto político a representação classista ficou relegado a um plano mais que secundário.

Se somarmos o uso do Instituto da reeleição por inúmeras vezes, começamos a explicar porque a grande maioria dos sindicatos, federações, e a própria confederação se tornaram instituições "pesadas" e dissociadas dos anseios e necessidades dos produtores rurais. O surgimento da Aprosoja é prova da existência deste "vácuo de representação".

CAUSAS
Respeitosamente entendemos que as causas principais da decepção com a atuação de nossas entidades representativas está vinculada à transformação destas entidades em estruturas de sustentação aos projetos políticos de seus presidentes, que acabam se perpetuando na presidência em razão do malfadado Instituto da reeleição, e da impossibilidade dos Produtores poderem votar e ser votados, em claro desrespeito aos princípios básicos da Cidadania.

CONSEQUÃ?NCIA
Em decorrência destas causas chegamos ao absurdo de situações como aquela em que: enquanto todos nós produtores do Tocantins lutávamos pelo impeachment de Dilma Rousseff, nossa federação era a única contrária. Inclusive usando nossos recursos para manifestações de apoio à continuidade dos governos do PT.

Já na esfera nacional, assistimos a CNA apoiando o governo na "ressurreição" do Funrural. Agora, se aprovado e sancionado o fim da obrigatoriedade do pagamento das contribuições sindicais patronais, certamente vamos assistir o "inoportuno encolhimento" do sistema sindical agropecuário, e o possível surgimento da "Aproarroz",  da "Aprofrutas", da "Aprogado"... Haja vista que alguns pretendem derrubar a senadora usando os mesmos métodos que a colocaram na Faet, ao mesmo tempo que não demonstram interesse em fazer as mudanças estatuárias que se fazem necessárias.

AS MUDANÃ?AS 
Convidamos, convocamos a todos os produtores, cidadãos, presidentes de sindicatos, diretores da Faet, parlamentares, governantes; enfim todos os cidadãos
tocantinenses para tentarmos viabilizar as seguintes mudanças estatutárias na Faet:

  1. A partir de uma assembleia dos presidentes dos sindicatos rurais, aprovarmos uma alteração estatutária que possibilite a qualquer Produtor Tocantinense, que comprove o pagamento da Contribuição sindical em 2015, e em 2016 votar e ser votado nas eleições da FAET, que estão previstas para o o segundo semestre deste ano;
  2. Os novos mandatos terão duração de dois anos não sendo permitida a reeleição;
  3. Os candidatos a presidente não poderão ter filiação partidária e, no momento em que optarem por se filiar a um determinado partido político, deverão imediatamente ser substituídos;

Finalizando, também entendemos necessário que não façamos o pagamento da Contribuição Sindical que vence agora em maio de 2017, até que consigamos estabelecer na Federação da Agricultura do Tocantins, princípios Democráticos e Republicanos, tais como legitimidade, transparência, Impessoalidade, dentre outros, o que certamente resultará em maior sintonia entre a instituição e os Produtores rurais do Tocantins.

Obrigado!
Abraço! 

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