A revista Ã?poca deste final de semana traz a reportagem "O
roteiro do charme", na qual conta o que chama de "as românticas missões
parlamentares" da senadora Kátia Abreu (PMDB) a nove paÃses na companhia
do namorado, o servidor público Moisés Pinto. A matéria assinada pelo
jornalista Marcelo Rocha afirma que o namorado da parlamentar, que até
abril trabalhou no gabinete dela, foi dispensado de registrar presença
no trabalho em 12 ocasiões para acompanhar Kátia em viagens
internacionais.
Ã?poca diz que Moisés viajou com Kátia a nove paÃses entre
fevereiro de 2012 e abril de 2014. "No total, foram quase três meses de
ausência", afirma a revista. Segundo ela, nesse perÃodo o casal visitou,
entre outros destinos, Washington e Boston, nos Estados Unidos;
Frankfurt, na Alemanha; Xangai e Pequim, na China; Lima, no Peru; e
Bruxelas, na Bélgica.
O servidor público e namorado da senadora tocantinense passou a assessorá-la no Senado a partir de 2011. Ainda conforme �poca,
nos últimos anos, Moisés também exerceu o posto de presidente do
instituto CNA, da Confederação Nacional da Agricultura, presidida pela
senadora entre 2008 e abril deste ano, quando se afastou para buscar a
reeleição no Senado. O instituto, de acordo com a revista, é responsável
por pesquisas e estudos de agronegócios.
Foto: Reprodução �poca |
|
Senadora Kátia Abreu com o namorado Moisés Pinto |
REGIME ESPECIAL DE FREQUÃ?NCIA
�poca informou que procurou por Moisés, mas o servidor público
não quis prestar esclarecimentos. A CNA, disse a revista, também não se
manifestou. Já a assessoria de Kátia disse ao impresso que Moisés
acompanhou a senadora em diversas atividades externas e, por isso,
esteve submetido a "regime especial de frequência". "Todas as viagens
foram realizadas sem ônus para o Senado, e os pedidos de afastamento
foram formalizados em estrito acordo com as regras estabelecidas pela
Mesa Diretora", disse o gabinete de Kátia à �poca.
Ainda conforme nota da assessoria da senadora para a revista, "as
atividades exigidas do servidor enquanto no exerÃcio de suas funções no
Senado foram plenamente desenvolvidas, com denodo e competência, sendo
total sua dedicação e disponibilidade para as tarefas que lhe foram
cometidas".
A assessoria da parlamentar também destacou que, "desse modo, é possÃvel
atestar que qualquer atividade que o servidor tenha desenvolvido em
paralelo a sua cessão ao Senado em nada interferiu ou prejudicou suas
tarefas junto ao gabinete".
E a revista "interpretou" o significado da nota: "A assessoria de Kátia
quis dizer que ele trabalhou normalmente", afirma a reportagem.
SUSPEITAS ANTIGAS DE PROVEITO PRÃ?PRIO
Na reportagem,
�poca afirma que "são antigas as suspeitas de
que Kátia usa o dinheiro da CNA em proveito próprio". Conforme a
revista, primeiro ela foi acusada de usar a confederação, da qual era
diretora em 2006, para bancar sua campanha ao Senado. Nas eleições de
2010, lembrou o impresso, nova acusação: desta vez, a Procuradoria-Geral
Eleitoral (PGE) se manifestou favorável à cassação do mandato do
deputado Irajá Abreu (PSD), filho da senadora, por receber recursos
supostamente ilegais por meio da CNA para a sua campanha.
O parecer da PGE diz que Kátia, então presidente da CNA, "enviou boletos
de cobrança sem registro, no valor de R$ 100 cada um, para mais de 600
mil produtores rurais de todo o PaÃs, solicitando seu pagamento como
forma de doação a campanhas eleitorais de candidatos afins ao setor
agropecuário".
Conforme
Ã?poca, mais de R$ 700 mil foram arrecadados, e o caso tramita desde o ano passado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
SORRISO COLGATE
Em março deste ano, a senadora foi alvo de outra matéria negativa de
repercussão nacional. Esta foi resultado de um levantamento feito pelo
jornal
O Estado de S.Paulo dos senadores, ex-senadores e seus
dependentes que utilizam o plano de Saúde do Senado para fazer despesas
que incluem implantação de próteses dentárias com ouro e até sessões de
fonoaudiologia para melhorar a oratória e driblar a timidez. Ressaltou o
impresso paulista: tudo a custo zero, totalmente pago pelo
contribuinte. Conforme a reportagem do jornal, que cita vários
parlamentares, Kátia gastou R$ 45.350 com tratamento dentários em 2010 e
2013.
De acordo com o levantamento, o gasto de Kátia foi o terceiro maior
valor - ela só perdeu para Pedro Simon (PMDB-RS), que torrou R$ 62.793
dos contruintes para cuidar dos dentes, e para Fernando Collor (PTB-AL) e
sua mulher, que deixaram os sorrisos mais bonitos por R$ 71 mil dos
cidadãos brasileiros.
Para se defender, a senadora enviou nota à imprensa afirmando que os
reembolsos legais de R$ 45.350, referentes a despesas que teve com
atendimento odontológico, estão previstos dentro do Plano de Saúde do
Senado Federal. Kátia ainda disse que fez uso de "apenas 45% do valor
legal previsto", que é de R$ 25.998,96. Segundo a parlamentar, ela
utilizou os recursos nos exercÃcios de 2010/2011/2012 e 2013.
A senadora explicou que o reembolsos são estabelecidos "legalmente no
que determina o Ato da Comissão Diretora nº 09/1.995, do Senado Federal,
alterado pelo Ato da Comissão Diretora nº 13/2012, que dispõe sobre a
assistência à saúde prestada aos senadores e seus dependentes e aos
ex-senadores e seus cônjuges, incluindo nos serviços contemplados a
assistência odontológica".
-
Clique aqui para ler a reportagem completa da revista Ã?poca desta semana.