Ádria Dias Azevedo acredita que o Programa Bolsa Família (PBF) pode transformar vidas, e ela tem bons motivos pra pensar assim, pois foi por meio desse benefício que teve a oportunidade de mudar a própria vida. Ádria mora em Aliança do Tocantins, cidade localizada a 163 km da capital Palmas. Aos 20 anos de idade e com uma filha pequena voltou a morar na casa da mãe porque estava sem emprego. Ao ser visitada por um agente de saúde, ela foi orientada a recorrer ao PBF, uma vez que atendia aos critérios de adesão do Programa.
Concomitante ao primeiro pagamento do PBF, Ádria cursava o ensino médio, e já na conclusão dos estudos conseguiu emprego como professora do ensino fundamental. A vida a partir desse período teve um novo sentido, na opinião de Ádria, uma vez que, com um pouco mais de dinheiro iniciou um curso numa faculdade particular, abandonando-o com o nascimento da segunda filha, além do término do contrato de trabalho que não foi renovado. "Foi muito ruim. Cheguei a pensar em desistir de tudo. Mas logo levantei a cabeça e fui correr atrás do prejuízo; era hora de recomeçar, não de desistir", afirma.
Cor de rosa choque
Instigada pelos desafios, Ádria não desanimou. Percebeu que podia aumentar a renda, para além do valor do benefício que recebia. Com ousadia e empreendedorismo, começou a vender comida caseira às margens da BR em um pequeno trailler. O cardápio continha frango caipira, buchada, assado de panela, entre outros; comidas simples, mas bem apetitosas, segundo Adrià Azevedo.
Por ser comunicativa e considerar-se competente, foi construindo amizades e não demorou a ter seu esforço reconhecido por clientes e pessoas da comunidade; foi quando recebeu proposta para um novo desafio.
"Era chegado o momento de agradecer, e a melhor forma de fazer isso era cedendo meu lugar a outra família", disse ela; e não teve dúvidas, solicitou desligamento voluntário do Bolsa família.
Atualmente, Ádria Dias Azevedo trabalha na Secretaria Municipal de Assistência Social, como gestora do Cadastro ?nico e do Programa Bolsa Família, em Aliança do Tocantins.
Sua persistência sempre esteve presente e voltou a estudar em uma faculdade de Gurupi, e dessa vez optou por matemática.
Há três anos teve outra filha, e tem consciência que hoje sua condição social é melhor. Agora, com sua história tenta ajudar outras famílias a acreditarem, assim como ela, que existem caminhos para melhorar a qualidade de suas vidas; alternativas, que com um pouco de esforço, a maioria das vezes dará certo.
Foi assim com Ádria, que saiu de uma condição de vulnerabilidade social para se transformar em uma mulher empoderada!