Tribuna do Interior

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01/10/2015 - 15h44m

Campos Belos Comemora 61 anos de emancipação. Município pertenceu a Arraias (TO) e depois a Monte Alegre (GO). Foi emancipado em 1954

Do blog Dinomar Miranda 
Do blog Dinomar MIranda
Principal avenida da cidade dá a dimensão da pujância da cidade polo do Nordeste goiano
Principal avenida da cidade dá a dimensão da pujância da cidade polo do Nordeste goiano
  • Foto de uma das belas praça no centro da cidade
  • Foto aérea mostra o quanto a cidade se desenvolveu e tornou a segunda maior do Nordeste de Goiás

Os campos-belenses comemoram neste 1º de outubro os 61 anos de emancipação política de Campos Belos, um dos mais importantes municípios do nordeste de Goiás. 
Hoje é feriado na cidade. 
História
As terras de Campos Belos eram fazendas dentro do município de Arraias. Em 1893, Círiaco Antônio Cardoso, ajudado por Maria Prima Gasparino Pinheiro, fazendeiros vizinhos, constroem uma capela para Nossa Senhora da Conceição. 
A providência de se ter uma capela para congregar atendia aos interesses dos moradores da região, entre eles famílias tradicionais formadas por descendentes de portugueses. 
Três dessas famílias tiveram participação ativa na criação da cidade. Os Cardoso, os Costa Madureira, da qual Maria Prima fez parte e os Batista Cordeiro. Logo o lugar foi elevado à condição de vila e depois distrito. Campos Belos foi ainda integrado ao Município de Monte Alegre de Goiás, na época chamado de Chapéu, antes de ser emancipado em 1º de Janeiro de 1954.
O primeiro nome do lugar foi Almas, o mesmo da fazenda de origem. Segundo consta, um frei dominicano de passagem pela região, encantado com a planície cortada por córregos e cercada por morros, dando o aspecto de muralhas, sugeriu a mudança do nome para Campos Belos.
Como primeiro prefeito eleito Campos Belos teve Francisco Xavier, comerciante baiano e morador antigo do lugar. O primeiro líder municipal, Temístocles Rocha, foi nomeado até as eleições acontecerem.
Campos Belos teve desde seu começo a presença de grupos religiosos distintos. O lugar surgiu em volta da capela, católica, de Nossa Senhora da Conceição, mas na década de 1930 o povoado ganhou protestantes membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, com a chegada de Agripino Almeida e sua família. Agripino e Liciria, mesmo sendo protestantes, ocuparam importantes cargos públicos, como delegado e vereadora, o que demonstra a aceitação dos camposbelenses por outros grupos religiosos desde o começo da cidade. 
Na final da década de 1940 o missionário norte-americano Blonnye Holmes Foreman nascido em Rose Bud, Arkansas, EUA em 1899 e membro da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos a convite de Francisco Cardoso (Chiquinho Cardoso), construiu na cidade a Escola Batista, uma instituição de ensino privada. 

Conta a história que Foreman foi enterrado do lado de fora do cemitério, que na época situava-se onde hoje se localiza a Rua do Comércio, por não ser batizado na religião Católica, fato jamais comprovado. 
Hoje a importante rua B. H. Foreman abriga as sedes regionais das principais empresas prestadoras de serviços públicos, como as companhias de eletricidade, água e esgoto do estado (CELG e SANEAGO), e os correios.
Anos depois Campos Belos recebe outro morador ilustre, Alain du Noday, ou, Alain Marie Hubert Antoine Jean Roland du Noday, nascido em Saint-Servant, França em 1899; bispo, soldado da 1º guerra-mundial, que se refugiu no interior do Brasil auxiliando os pobres. 
Pertencia à diocese de Porto Nacional, mas morou muitos anos em Campos Belos, sendo responsável por construir a igreja Matriz que existe até hoje. Graças à sua influência a aquitetura da igreja foi importada da Alemanha e não possui as típicas colunas das igrejas mais antigas. Universidade, colégios e estabelecimentos comerciais da cidade ainda homenageiam o religioso com o seu nome.
Com a construção de Brasília na década de 1950 e sua inauguração em 1960, toda a região desenvolveu-se. No fim da década de 70 passou a contar com agências bancárias e no início da década de 80 foi integrada, pela Telebrasília, à telefonia nacional.
A Constituição brasileira de 1988 dividiu Goiás ao meio. Campos Belos passa então a ser município de fronteira interestadual; com isso seu comércio desenvolveu-se espantosamente na década de 1990 e 2000, já que a cidade passou a atender a população do novo estado que não possuía infraestrutura comercial própria. 
Com a construção de Palmas, a cidade passou a ser também roteiro alternativo de acesso ao norte do país.
Vocação Regional
A cidade é um importante município brasileiro localizado no nordeste do estado de Goiás servindo como pólo regional por vasta área de Goiás, Tocantins e até de uma porção rural do oeste da Bahia.
Cercada de montanhas por todos os lados a cidade relativamente nova cresceu baseando-se na pecuária, hoje o comércio domina o cenário econômico. Atendendo o mercado consumidor em diversos ramos, esse setor alimenta o crescimento da cidade. Sua população é estimada em aproximadamente 20 mil habitantes de acordo com o IBGE.

Campos Belos é a segunda maior cidade da região nordeste do estado, e, apesar da população o município ostenta o posto de pólo econômico da região, atendendo vasta área do norte de Goiás e sul do Tocantins. 
Cerca de 100.000 pessoas das cidades ao redor de Campos Belos dependem de seus serviços. Obras de infraestrutura realizadas nos últimos anos melhoraram a qualidade de vida da população. O município fica 400 quilômetros distante de Brasília e 630 de Goiânia.
População
A história da composição populacional de Campos Belos pode ser entendida quando se leva em conta os grupos de migração que compuseram a cidade. Na época de seu surgimento as pessoas que habitavam a região eram basicamente as tradicionais famílias descendentes de portugueses e donas de grandes extensões de terra, entre elas pode-se destacar na criação de Campos Belos os Batista Cordeiro, os Costa Madureira e os Cardoso. 
Havia também uma minoria de goianos vindos do sul, que alimentados pela febre do ouro descoberto em Arraias e Monte Alegre viviam ali a decadência desse período e por fim, em número maior, famílias muito pobres que viviam o fim do ciclo do ouro. A região era deveras pobre e afastada dos grandes centros do país.
A partir de 1920, com o surgimento do povoado, inúmeras famílias baianas se integraram à população local, adquiriram terras e trouxeram toda cultura do estado vizinho àqueles que já estavam no lugar. 
O maior bairro da cidade, a Vila Baiana, é uma referência a esses migrantes. Importantes nomes da cidade vieram desse estado, como os senhores Mariano Barbosa, professor, delegado; Francisco Xavier, primeiro prefeito; Agripino Almeida e sua esposa Licíria Almeida, primeira mulher a ocupar o cargo de vereadora, em 1963.

Campos Belos recebeu a partir da década de 1970 uma significativa leva de migrantes mineiros em busca de terras baratas, o que ajudou sensivelmente no crescimento da população e no desenvolvimento econômico.
A soma de todos esses grupos criou em Campos Belos um jeito peculiar de se falar. Não há um sotaque definido e é possível ouvir diferentes expressões, já que nos últimos anos pessoas do sul e de São Paulo juntaram-se em grande número aos moradores da cidade.
Atualidade
Hoje Campos Belos recebe todos os dias estudantes do norte de Goiás e sul do Tocantins. A unidade da Universidade Estadual de Goiás oferece os cursos de Letras Português/Inglês, Pedagogia. Além da UEG Campos Belos é atendida pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Arraias, cidade vizinha. 
As duas Universidades juntas oferecem aproximadamente 20 cursos aos estudantes da região. Complementando esse quadro a Faculdade Terra, Unigran, LFG, privadas, oferecem cursos de graduação à distância e presenciais. 
Portanto, três opções de instituições de ensino superior são acessíveis aos camposbelenses e vizinhos. Por fim, em 2010 Campos Belos foi escolhida como cidade pólo a receber uma unidade do Instituto Federal Goiano anunciado pela presidente Dilma Roussef. 
O Instituto oferta os cursos técnicos em Informática e Comércio na modalidade presencial e os cursos de Administração, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho na modalidade Ensino à Distância. 

A previsão para o ano de 2016 é a oferta de vagas para o curso técnico em Agropecuária, além de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Para 2017 está previsto o primeiro curso superior, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e para 2018 os cursos de Agronomia e Licenciatura em Ciências Agrícolas.
O que diferencia Campos Belos das demais cidades ao seu redor é a discrepante situação financeira. Como pólo comercial Campos Belos absorve praticamente toda movimentação comercial da região, bem como, também, boa parte dos recursos da pecuária.
A expectativa de vida em Campos Belos é de 78 anos.
A taxa de urbanização é de 87%.
O IDH médio é de 0,708.
De acordo com o Censo 2010, 72% dos camposbelenses são católicos e 22% protestantes e estes dividem-se em: 13% de missão (adventista, batista, presbiteriana) e 87% pentecostais.
A taxa de analfabetismo em Campos Belos é de 10%.
Mais de 90% da cidade é servida por esgoto e água encanada.
O Índice de Desenvolvimento Humano do município mostra que a educação em Campos Belos situa-se no nível elevado, com nota 0,800 e a longevidade e renda situam-se no nível médio, com 0,716 e 0,607, respectivamente.
As maiores festas populares são: o Carnaval; o Arraiábelo, realizado no Centro Olímpico, tido como a 3ª maior festa junina de Goiás; a Exposição Agropecuária - que acontece normalmente em julho; e a Festa de Nossa Senhora da Conceição.

Na zona rural de Campos Belos funciona a Usina Hidrelétrica do Rio Mosquito.
Um curioso achado em Campos Belos diz respeito às grutas da região do Pouso Alto onde foram encontradas pinturas rupestres, fato que demonstra que a região já era povoada há alguns séculos.
Geografia
Campos Belos localiza-se no nordeste de Goiás nas terras do Planalto Central brasileiro. A cidade está a 700 metros acima do nível do mar. O município pertence a microrregião da Chapada dos Veadeiros. 
O clima é tropical, apresentando uma estação seca e outra chuvosa. A temperatura média anual é de 20 °C. O frio acontece apenas em poucas noites de julho quando os termômetros marcam 10 °C, no resto do ano as máximas ficam próximas ou acima dos 35 °C. 
A vegetação típica é o Cerrado. O município é rico em urânio, descoberto em 1975 pela Núcleobras e fosfato, sendo o último explorado por um consórcio canadense-brasileiro através da MbAC Mineração.
Com texto da Wikipedia, a biblioteca livre.

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