Tribuna do Interior

Tocantins, Sábado, 20 de abril de 2024.
20/10/2021 - 17h31m

Denúncias levam ministros do STJ a afastar por seis meses governador Mauro Carlesse e secretário da Segurança Pública e Justiça faz bloqueio de R

Do Portal CT 
Foto: Esequias Araújo/Governo do Tocantins
Pleno Especial do STJ confirma afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse por seis meses
Pleno Especial do STJ confirma afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse por seis meses

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses, em uma investigação sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. A informação é do portal G1. Segundo o veículo, a decisão de afastamento do governador é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ao pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda nesta quarta-feira, 20. Acionada pela Coluna do CT, a Secretaria Estadual da Comunicação disse que o governo só soube disso pela imprensa e ainda não há informação oficial.

Conforme informações do Estadão, o secretário da Segurança Pública do Tocantins (SSP), Cristiano Sampaio, também foi afastado do cargo. Ao todo, são cumpridos 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares em sete cidades – Palmas, Gurupi, Porto Nacional (TO); Minaçu e Goiânia (GO); Brasília (DF) e São Paulo (SP). A ofensiva conta com a participação de cerca de 280 policiais federais.

Operação Éris

Carlesse e auxiliares do Palácio Araguaia foram alvos na manhã desta quarta-feira de duas operações complementares da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MPF) autorizadas pelo STJ. As ações foram batizadas de "Éris" e "Hygea". A primeira busca desarticular suposta organização criminosa que atuou para obstruir investigações que apuram ilícitos relacionados à cúpula do Poder Executivo. Conforme a PF, o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.

Operação Hygea

Outro fato em apuração é o possível pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores (Servir), com uma estrutura montada para a lavagem de ativos, bem como a integralização dos recursos desviados ao patrimônio dos investigados.

Bloqueio de R$ 40 milhões

Conforme a Polícia Federal, a possível organização criminosa teria movimentado dezenas de milhões de reais por meio dos crimes praticados. O STJ determinou um bloqueio judicial de R$ 40 milhões.

Investigação de dois anos reuniram vasto conjunto probatório

Iniciadas há quase dois anos, as investigações reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados, informa o STJ. Além da obtenção de novas provas, as operações buscam interromper a continuidade das ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das instituições públicas. O teor das determinações já foram encaminhadas para que a Corte Especial do Superior Tribunal referende decisão ainda nesta quarta-feira, 20.

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