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Tocantins, quarta-feira, 24 de abril de 2024.
27/08/2015 - 12h01m

Ex-diretora é suspeita de usar dinheiro de escola em benefício próprio; Seduc informa afastamento

da Redação 
Foto: G1 Tocantins
Unidade educacional atende cerca 130 alunos da zona rural em período integral
Unidade educacional atende cerca 130 alunos da zona rural em período integral

O Ministério Público Estadual (MPE), em Monte do Carmo, investiga a ex-diretora do Colégio Estadual Agrícola Brigadas Che Guevara, Elizabete Oliveira Santos, por suspeita de usar dinheiro destinado à educação em benefício próprio. A unidade educacional fica localizada em Monte do Carmo.


O colégio, que atende cerca 130 alunos da zona rural em período integral, é mantido pelo Estado e conta com um pequeno rebanho de sete cabeças de gado para as aulas práticas de pecuária.


De acordo com o G1 Tocantins, em abril de 2014, a diretoria da escola comunicou a Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) que dois bezerros haviam morrido de morte natural.


Contudo quem descobriu a fraude foi o professor e ex-diretor do colégio, Odilon Ribeiro da Costa. "O próprio aluno que comprou os bezerros e o pai dele nos procuraram e falaram que os bezerros não estavam mortos e que eles tinham comprado os animais por R$ 600 cada", revelou.", afirmou Costa.


Ainda conforme o G1, outra denúncia paira contra Elizabete. Conforme notas requisitadas pelo MPE ao único um posto de combustível daquele município, somente nos primeiros nove meses de 2014, foram pagas despesas com gasolina de cerca de R$ 3.200,00, sendo que o único carro oficial da escola, que funciona a diesel, está quebrada na garagem da prefeitura. As notas, em nome da escola, estão em posse da promotoria.

A reportagem não conseguiu o contato com a empresa, mas consta na ação do MPE, conforme o G1, que o gerente do posto, em depoimento, confirmou o caso. "Ele declarou que os gastos de abastecimentos no veículo particular da diretora eram colocados nas requisições do colégio e que a própria diretora abastecia seu veículo dessa forma".


"Ela vem fazendo isso há aproximadamente seis anos. Quando nós assumimos a escola é que fomos tomar conhecimento dessa situação", contou o professor Cristo Rei Soares. Ainda segundo ele, até o marido da professora que não é funcionário da escola assinou notas de combustíveis.


O G1 apurou ainda que, apesar de não ter sido encontrada pela reportagem, consta na ação que, em depoimento, a ex-diretora "confessou que abastecia o seu veículo na conta do colégio. Alegou que assim fazia porque usava seu carro em viagens para a escola, mas confessou que não há fundamento legal para essa compra de combustíveis para veículos privados".


Elizabete foi afastada da direção do colégio em março deste ano. No cargo, assumiu a irmã dela Elizete de Oliveira. "E após o final das investigações, o Ministério Público ajuizou a ação civil pública de improbidade administrativa em face da ex-gestora", explicou o promotor Vinícius Oliveira Filho.


O secretário Estadual de Educação Adão Francisco confirmou o afastamento da ex-diretora e falou também que ela estava sendo investigada pelo Estado. "No caso particularmente do Che Guevara, a ex-diretora foi denunciada, existem provas mais cabais e contundentes com relação àquilo que ela está sendo incriminada e diz respeito à gestão anterior dela, entre os anos de 2010 e 2013. Ela foi afastada e existe contra ela um processo administrativo que está em curso através da Secretaria de Administração".

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