Golpe Militar de 1964 acabou com projeto Agro Urbano de Combinado e nos últimos 50 anos nenhum grande empreendimento foi implantado no município - Tribuna do Interior

Tribuna do Interior

Tocantins, Quinta-feira, 25 de abril de 2024.
04/06/2017 - 23h08m

Golpe Militar de 1964 acabou com projeto Agro Urbano de Combinado e nos últimos 50 anos nenhum grande empreendimento foi implantado no município

Por Jefferson Victor 
Divulgação Google

O então governador de Goiás Mauro Borges Teixeira, no ano de 1962, numa tentativa de desenvolver a região do nordeste goiano, implantou um projeto arrojado para a época, o cooperativismo integral, baseado em modelo desenvolvido em Israel (Oriente Médio).

Para isso, através dos Decretos 63 e 64 de 27 de junho de 1962, foi desapropriada uma área de 6.500 alqueires, das fazendas Suçuarana e Caatinga, terras muito férteis e que pertenciam ao Município de Arraias, ainda Goiás, e que eram margeadas pelo Rio Palmas.

No projeto, denominado Combinado Agro Urbano de Arraias, inicialmente foram assentadas 1.114 famílias, com o intuito de implantar 4 frentes de produção, todas combinando com o núcleo central, uma espécie de acampamento, por esse motivo a denominação Combinado.

Era um projeto grandioso e havia a perspectiva de um grande desenvolvimento regional. Mauro Borges trouxe famílias de várias regiões do Brasil, porém com o Golpe Militar de 1964, o Combinado foi duramente atingido em sua linha de implantação, transformando-se apenas em distrito de Arraias. Esse foi o primeiro empecilho ao desenvolvimento da região.

Os colonos venderam as terras públicas a particulares, atraídos para a região e sem nenhuma afinidade com a ideologia inicial de cooperativismo. Segundo historiadores, o plano do governo era, através da implantação do projeto, desenvolver toda região. 

Na seqüências viriam outros investimentos tais como indústrias de beneficiamento e outras empresas no segmento, e certamente geraria muitos postos de trabalhos e conseqüentemente uma melhor qualidade de vida para a comunidade regional.

Esse foi o único grande empreendimento em mais de 50 anos, e até os dias atuais, não houve nenhum governante que tivesse os olhos voltados para essas localidades.

Com a divisão do estado de Goiás em 1988, esperava-se grandes empreendimentos para essa parte do Tocantins, mas o que se viu até agora é o abandono por parte dos governantes daquele estado.

A região só é lembrada em períodos eleitorais, quando os políticos aparecem em busca dos votos, vêm carregados de mentiras e promessas evasivas, e são avalizados pelos políticos locais, que em busca de favores pessoais, induzem a população a acreditar no progresso.

O Combinado tem uma das melhores terras do mundo, é local plano, muitos rios e tem potencial para grandes investimentos, porém é um colégio eleitoral pequeno e com isso os políticos preferem investir suas influências para desenvolverem as regiões de Gurupi, Porto Nacional, Araguaína e Paraíso, é só ver que essas cidades recebem investimentos maciços em detrimentos dos pequenos municípios.

� hora dos seus moradores deixarem de ser políticos para se tornarem politizados, que esqueçam partidarismo e criem ideologias desenvolvimentistas, chega de aplaudir, a hora é de cobrança, ninguém pode ser enganado a vida inteira como cavalo de carroça que é atraído pela cuia de milho, dá a primeira abocanhada e recebe um cabresto, uma bride e chicotadas no lombo.

© 2015 - Tribuna do Interior - Todos os direitos reservados.
Expediente