O lÃder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Paulo Mourão (PT), criticou deputados de oposição e situação, governo e também secretários estaduais, após a derrubada dos vetos do governador Marcelo Miranda (PMDB), na tarde desta terça-feira. Conforme Mourão, o custo desta derrota governista será de R$ 50 milhões aos cofres do Estado.
Para o Palácio, o pior resultado desta terça foi à derrubada do veto à proposta do governista Nilton Franco (PMDB) que dá incentivos fiscais a frigorÃficos e sobre a compra do diesel para os consumidores em geral. Além do pagamento do Ressarcimento das Despesas da Atividade Fiscal (Redaf) para os auditores fiscais em férias ou afastados por mandato classista. "O que eu lamento é nós já viemos de um governo desastroso, de uma herança maldita do Siqueira [Campos, PSDB] e do Sandoval [Cardoso, SD], e nós estamos ampliando esse desequilÃbrio", afirmou Mourão.
Para o lÃder, não existe uma base do governo Marcelo Miranda na Assembléia. "Com muita humildade, eu não reconheço desde o inÃcio do governo Marcelo Miranda que tenha uma base. Nós não temos uma base. Nós temos aqui pessoas comprometidas com o Estado, mas o governo ainda não trabalhou esta base polÃtica", avaliou.
Para Mourão, talvez a derrota desta terça-feira "possa acordar o governo". "Talvez seja o momento de o governo acordar. Precisa trabalhar, formar base, os secretários virem para o debate", sugeriu. O lÃder do Palácio criticou a postura dos secretários estaduais: "São secretários que estão muito acomodados em seus gabinetes, é preciso estar aqui no debate da Assembléia, explicando, discutindo, ajudando os parlamentares que são simpáticos ao governo Marcelo Miranda e que têm compromisso com o Estado".
Mourão disse que a Assembléia está "ampliando esse desequilÃbrio". "Nós estamos fazendo com que este Estado possa interromper de vez qualquer sonho de desenvolvimento estruturado e sustentável. Ã? isso que é meu lamentar. Com 25 anos, nós vimos um governo num total colapso. Colapso de idéias, colapso de ações, colapso de projetos e metas. Estamos aqui sendo meros discutidores de folha de pagamento e o governador Marcelo Miranda, simplesmente um administrador da folha de pagamento deste Estado, que nem dinheiro está conseguindo para pagar os benefÃcios do setor de Educação", lastimou.
O deputado exemplificou o quadro com a greve da Educação, que durou 90 dias, com objetivo de receber progressões de 2013 e 2014 e promoções de 2014 a 5.030 professores. "Tudo isso, no conjunto, daria algo em torno de R$ 28 milhões numa tacada só", afirmou.
Caladinhos
Mourão disse que será um "impacto brutal de ordem financeira" a derrubada
dos vetos de Marcelo pela Assembléia. "Vai aprofundar o desequilÃbrio
financeiro do Estado. Isso obviamente resultará em serviços públicos ainda com
menor qualidade. Geração de emprego, o Estado terá dificuldade de ser o
instrumento indutor dessa geração", avaliou.
Para o deputado, o que mais lhe "causa espécie é que são matérias que são votadas, aprovadas e a oposição não levanta uma voz para explicar porque está votando, o que eles defendem e onde está o benefÃcio". "Votam caladinhos e caladinhos saem do plenário. Não debatem as idéias", criticou. "Eu lamento é isso. Ocasionam um prejuÃzo brutal financeiro aos cofres do Estado e não justificam por que estão fazendo isso. Isso é por ordem polÃtica? Ou isso é simplesmente por desconhecer a gravidade em que o Estado se encontra?"
Mourão disse que a oposição e "os que ainda não têm essa compreensão da gravidade em que está o Estado deram uma pancada e fizeram um compromisso com o desequilÃbrio financeiro na ordem de R$ 50 milhões". "De onde virão R$ 50 milhões num momento desse, de trauma que estamos passando, de crise profunda, de crise internacional? China enfrentando desvalorizando de sua moeda, o dólar subindo de forma brutal, os juros altos no Brasil, diminuÃmos crédito, aumentamos o desemprego. Temos um déficit para o ano que vem do governo federal na ordem de R$ 30 bilhões. E aqui, a Assembléia do Tocantins se acha no direito de dar um prejuÃzo à classe trabalhadora, ao povo do Estado, de R$ 50 milhões. Tem fundamento? Tem explicação isso?", questionou.