Mourão volta a defender plano de ações do Sindare: "Não adianta aumentarmos impostos em retração econômica" - Tribuna do Interior

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Tocantins, Sexta-feira, 26 de abril de 2024.
07/10/2015 - 20h10m

Mourão volta a defender plano de ações do Sindare: "Não adianta aumentarmos impostos em retração econômica"

Do Portal CT 
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Paulo Mourão: "Precisamos neste momento é de melhorar a nossa eficiência tributária"
Paulo Mourão: "Precisamos neste momento é de melhorar a nossa eficiência tributária"

O líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Paulo Mourão (PT), voltou a defender o plano de ações para o incremento da arrecadação da Secretaria da Fazenda (Sefaz), contendo 42 medidas. O projeto foi elaborado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindare). Para o petista, as matérias de recuperação tributária não irá resolver o problema de arrecadação do Tocantins.

Em seu discurso, o deputado avaliou que o Brasil tem um crédito na dívida ativa no valor de R$ 200 bilhões, no entanto, envia um orçamento com déficit de R$ 30 bilhões. "São dívidas ajuizadas, em processo de cobrança, sem contar os créditos a discutir que somam quase R$ 1 trilhão", ponderou.

Paulo Mourão fez um contraponto com o Tocantins que, segundo ele, tem quase R$ 2 bilhões na dívida ativa. "E nós aqui tratando tão somente de discutir pelo caminho mais curto, que é a taxação de impostos, e tivemos que fazer isso, em solidariedade ao momento de crise que o Estado vive e ao compromisso com o governo Marcelo Miranda (PMDB) de resgatar, reencaminhar e reconstruir caminhos do processo de desenvolvimento sustentável seguro. Em que pese, reconhecemos, a insatisfação popular que a discussão traumática que um tema desse traz à sociedade", considerou.

Nas contas do parlamentar, o Estado que vem descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal há seis anos, vai fechar 2015 com o índice próximo a 51% de comprometimento da Receita Corrente Líquida com pessoal. "O governo anterior fechou 2013 com 51,69% da Receita Corrente Líquida comprometida com pessoal, em 2014 fechou com 50,83% e em 2015 o primeiro ano do governo Marcelo Miranda vamos fechar com índice em torno de 50, 87% a 51% de comprometimento da Receita Corrente Líquida com pessoal", estimou.

Recuperação
Para Mourão, os programas de recuperação tributária, aprovados na Casa, não irão resolver a arrecadação do Estado. "� necessário nosso governo tomar medidas urgentes saneadoras, talvez amargas, mas temos que ter a grandeza, a serenidade, a competência de praticá-las ou não vamos conseguir o equilíbrio econômico financeiro de receitas e despesas ao longo de 2016", ponderou.

O petista falou em reforma administrativa como forma de contribuir com o estado, tema que já defendido pelo deputado Ricardo Ayres (PSB). "O que nós precisamos neste momento é de melhorar a nossa eficiência tributária, se o Estado tem uma dívida ativa de R$ 2 bilhões, não receberá essa dívida apenas com os trâmites de recuperação fiscais, os famosos Refis, a adesão no país é algo em torno de 2%, o Estado precisa fazer uma ação mais conclusa, acima de tudo comprometida com o recebimento dos créditos dos devedores", acredita.

Neste aspecto, Paulo Mourão considera importante o Plano de Ação para o Incremento da Arrecadação das Receitas Tributárias, entregue a ele pelo presidente do Sindare, Jorge Couto. O documento prevê 42 medidas para o incremento a curto, médio e longo prazo de um real aumento da arrecadação das denominadas receitas estaduais próprias, sem o aumento de impostos.

Ações
Entre as medidas está o recadastramento geral de todos os contribuintes, a fim de atualizar o banco de dados cadastral da Sefaz; imediata implantação do Domicílio Eletrônico do Contribuinte (DEC); instituição imediata da Delegacia Especializada, com nível de Diretoria, de substituição tributária e grandes contribuintes internos; Aquisição de um sistema eletrônico de auditoria fiscal; Recuperação dos diversos postos fiscais; informatização dos postos fiscais; controle fiscal das mercadorias destinadas à exportação; Efetivo controle dos postos fiscais; implantação de sistema de visualização de cargas por scanner; aquisição de balanças para os postos fiscais; Equipar as viaturas destinadas aos comandos volantes; entre outras medidas que integram o plano, como criação de malhas fiscais para confronto de dados lançados nas notas fiscais e programa de incentivo à população para exigência de emissão de notas fiscais.

"Esta é uma forma de dar resposta à sociedade, sem a necessidade de novos aumentos de impostos. Não adianta aumentarmos impostos num momento de retração econômica porque vamos aprofundar essa retração econômica num estado recessivo, é preciso estimular investimentos públicos", analisou.
"Esse plano do governo federal, com todo respeito ao ministro Joaquim de Brito, de fazermos apenas um arrocho econômico e salarial do nosso povo atende apenas ao imediatismo do setor financeiro especulativo internacional. O Estado precisa manter a capacidade de investimento e é isso que nós queremos, justamente acelerar uma resposta do governo Marcelo Miranda. Como líder de governo que sou, mas como tocantinense, filho desta terra, que quero ver este estado se desenvolver", afirmou.

Recuperação
Finalizando o discurso, Paulo Mourão destacou que é preciso ter urgentemente uma resposta do governo estadual. "Um plano de recuperação e estruturação administrativa de investimento, promotor do desenvolvimento, gerador de emprego, melhoria de renda, melhoria dos serviços de saúde e educação. � assim que eu quero ser líder do governo eficiente, contributivo e transparente para que nós possamos sair às ruas e ser saudados como soldados do desenvolvimento de um estado que tenha capacidade de crescer. Para isso este estado foi criado para promover o bem, o desenvolvimento e a felicidade do nosso povo", finalizou.

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