Após as alterações das alíquotas para os impostos sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), sobre a Propriedade Veículos Automotores
(IPVA), sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou
Direitos (ITCD), o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado
Paulo Mourão (PT), afirmou na sessão desta quarta-feira, 30, que o
pacote de medidas do governo do Estado se configura na readequação das
renúncias fiscais promovidas anteriormente.
Para Paulo Mourão, a revisão destes incentivos concedidos no passado se
faz necessário devido ao momento de crise. O petista defende que os
ajustes deixaram o Tocantins dentro da média brasileira. "As novas
alíquotas estão em igualdade com os estados da região Norte", avaliou.
Apesar de apontar a necessidade do reajuste, o líder do governo não
descartou a possibilidade dessas alíquotas serem revogadas. "Votamos
emendas extremamente pertinentes e importantes, mas todas com foco no
sentido de equilíbrio das receitas com suas despesas, em função do
momento de crise que o estado vive. E vamos acompanhar como será o
reflexo disso na economia, obviamente se isso provocar retração
econômica, nós temos que rediscutir todas as atividades que estão sendo
impactadas. Eu creio que é uma ação dinâmica de diálogo, mas o momento
da crise era obrigatório que o estado tomasse providência do
reequilíbrio de suas receitas", analisou.
Concessões
Paulo Mourão destacou a atuação do Parlamento em decidir não impactar a
sociedade em alguns pontos, como no combustível e eletricidade. "O óleo
diesel entendemos que não deveria aumentar, então o óleo diesel
permaneceu 13,5%, uma das menores alíquotas do país, a energia elétrica
nós entendemos que não poderia mudar, permaneceu a mesma 25% porque já
pagamos uma energia cara, a taxa de incêndio e de energias eólicas não
criamos porque entendemos que não é hora de criar novos impostos, as
taxas ambientais todas não permitimos serem criadas. Agora precisamos
dar continuidade ao debate, nada de engessar isso", sintetizou.
Outras medidas aprovadas que mereceram o destaque do líder do governo
foi Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e o de
Desenvolvimento Econômico. A Fecoep como fonte de receita parte do
adicional de 2% na alíquota do ICMS sobre produtos e serviços.
O parcelamento de créditos da Fazenda Pública também foi exaltado por
Paulo Mourão. Com a definição, o contribuinte com dívida tributária pode
parcelar o débito em até 60 vezes, em qualquer tempo, diferente do
conhecido Programa de Recuperação de Créditos Fiscais (Refis), que tem
prazo determinado.
Empréstimo para infraestrutura
Por fim, o deputado petista citou a importância da autorização do
Legislativo para o governo do Estado contratar operação de crédito com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ de 450
milhões. O montante será destinado para investimento na infraestrutura
das estradas tocantinenses e escoamento da produção, como forma de
incentivo ao desenvolvimento do agronegócio e ao crescimento da safra no
setor. "São recursos que serão investidos na pavimentação de rodovias,
construções de pontes, bem como modernização dos polos de produção para
atividade econômica do estado ser aquecida, gerando emprego e renda",
finalizou Paulo Mourão.