Para Vicentinho, novo "é não ser arrastado pela PF para condução coercitiva" - Tribuna do Interior

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Tocantins, Quinta-feira, 28 de março de 2024.
23/04/2018 - 18h14m

Para Vicentinho, novo "é não ser arrastado pela PF para condução coercitiva"

Por Wendy Almeida 
Foto: Ascom Sen. Vicentinho Alves
Vicentinho Alves (à esq.) e Divino Bethânia contam com o apoio de 72 prefeitos, além de várias lideranças do Estado (Foto: Ascom)
Vicentinho Alves (à esq.) e Divino Bethânia contam com o apoio de 72 prefeitos, além de várias lideranças do Estado (Foto: Ascom)

Ao lado do vereador de Araguaína Divino Bethânia, do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), o senador Vicentinho Alves (PR) lançou, na noite deste domingo, 22, a candidatura ao governo para o pleito suplementar. Em entrevista ao CT, o republicano comentou os discursos de candidatos que se apresentam como novidade na política tocantinense. Para ele, o "novo é não ser arrastado pela PF para condução coercitiva. Ã? não mentir para o povo, é ter família, sentimento com o povo e compromisso".

Sem citar nomes, Vicentinho mencionou dois políticos, mas os candidatos que têm se apresentado como novidade é o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) e o governador interino Mauro Carlesse (PHS). Alvo da Polícia Federal na Operação Nosotros, deflagrada no final de 2016, Amastha foi indiciado por corrupção passiva, associação criminosa e por cobrar, de forma indevida, o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) de um contribuinte.

"Eu tenho 30 anos que cumpro compromisso com a população tocantinense. O novo e o moderno é ser correto, honesto, ficha limpa. No discurso é fácil, mas o cara está sendo arrastado pela polícia, a gestão está toda contaminada", disse, ao acrescentar que outro candidato está "botando no Palácio uma banca de negócios". "Deve ir a polícia em breve lá, porque não pode uma esculhambação dessa", asseverou.

Apoios
A convenção do Partido da República ocorreu no auditório da Associação Tocantinense dos Municípios (ATM) com a presença de 72 prefeitos, do ex-deputado federal Eduardo Gomes, da presidente do Pros no Tocantins, deputada federal Josi Nunes, do também deputado federal Vicentinho Júnior, do suplente de deputado estadual Stalin Bucar (SD), dos deputados estaduais Vilmar de Oliveira (SD) e Amélio Cayres (SD), do presidente estadual do PPL, Abraão Lima, e da presidente estadual do PMB, Janad Valcari â?? que recuou da candidatura própria.

O presidente da ATM e prefeito de Pedro Afonso não compareceu na convenção por estar em viagem, mas foi representado e enviou um vídeo declarando seu apoio ao republicano.

Apesar da decisão do MDB Tocantins de não firmar aliança com Vicentinho Alves, oficialmente, a bancada do partido na Assembleia Legislativa: Elenil da Penha, Jorge Frederico, Nilton Franco, e Valdemar Júnior; o diretório de Paraíso estavam na convenção e disseram que não podiam deixar de apoiar Vicentinho.

"Nós estamos tendo muito apoio do MDB: dos prefeitos, vices, vereadores, das lideranças, da militância e do ex-governador [Moisés] Avelino. Quase que a totalidade da composição do partido está nos apoiando", ressaltou Vicentinho Alves.

Experiência
Segundo a deputada Josi Nunes, a experiência, o relacionamento com os prefeitos e a vida pública do republicano foram fatores determinantes para a aliança do Pros com o PR. "A indicação do vice contribuiu, mas o que pesou mais foi a experiência e a vida pública do senador Vicentinho", afirmou ao CT.

Visivelmente emocionado, Divino Bethânia contou que foi surpreendido quando o partido o convidou para compor a chapa com o republicano. "Até algumas horas atrás eu não esperava nada disso aqui. Meu partido gentilmente me deu esse presente. Agora, nós temos a pessoa certa. Nós temos a equipe certa e o Tocantins vai fazer história", vibrou.

Tucanos liberados
O evento também foi prestigiado por líderes do PSDB de Porto Nacional â?? presidente do Diretório Municipal Flávio Macedo, ex-prefeito Otoniel Andrade e os vereadores Adael Guimarães e Joaquim do Luzimangues â?? que se envolveram em uma polêmica ao declarar, antecipadamente, apoio a Vicentinho.

O presidente regional da sigla e então pré-candidato, senador Ataídes Oliveira, chegou a dizer que esperava a renúncia desses tucanos. Contudo, com o recuo da sua candidatura durante a convenção deste domingo, todo o partido está liberado para apoiar quem quiser.

"Porto Nacional enquanto uma cidade, enquanto uma classe política, vai para um projeto discutir o Estado do Tocantins pacificado e unido. Não só os partidos, mas as famílias. Então, o slogan aqui vai ser pacificação e união", disse o deputado federal Vicentinho Júnior, acrescentando que "boa parte do MDB que quer continuar ajudando a construir o Estado vai estar junto". "Até porque não se constrói um governo sozinho", frisou.

Até esta segunda-feira, 23, o partido poderá ainda compor com outras siglas.

Discursos
Durante a convenção, os discursos das lideranças foram marcadas por referências à história e identidade tocantinense do senador Vicentinho, além de críticas implícitas ao ex-prefeito Carlos Amastha. "PPL não apoia estrangeiro, apoia brasileiro", disse Abraão Lima. Já a deputada Josi Nunes falou que "curraleiro do Tocantins não é aquele que fala que aqui só tem bandido e vagabundo".

Eduardo Gomes, por sua vez, conclamou a todos a elegerem um filho de Porto Nacional. "A eleição nos pegou de surpresa, mas a nossa consciência não. O povo conhece Vicentinho pelo simples fato de que Vicentinho conhece o povo".

Também sem citar nomes, ele mencionou que as outras convenções estavam repletas de "amigos", que pelo menos uma vez na vida elogiaram Vicentinho Alves. "Portanto, nós vamos buscar e trazer para o 22", falou. "Essa não é uma eleição do confronto. � eleição do entendimento. Não é eleição da rivalidade. � eleição da informação", avaliou.

"Não estamos a venda"
Em seu pronunciamento, a sindicalista Janad Valcari, que retirou sua pré-candidatura a governadora pelo PMB, chegou a denunciar a tentativa de compra de apoio da sigla. "Ofereceram muito dinheiro, mas meu partido e eu não estamos a venda", disparou. "Venho aqui hoje porque o Estado do Tocantins precisa de alguém honesto, ficha limpa, alguém que tenha coragem de enfrentar todas as dificuldades que nosso Estado tem. E o senador Vicentinho é o meu governador", declarou.

Trabalho emergencial
O plano de governo da chapa Vicentinho e Divino para esse mandato tampão é trabalhar nas áreas emergenciais e urgentes, como na redução da fila de cirurgias eletivas dos hospitais e recuperação de rodovias. "Depois das eleições de outubro, se a população nos der um mandato de quatro anos, nós vamos desenvolver um projeto consistente pro Estado", concluiu o republicano.


Governador: Vicentinho Alves (PR)
Vice-Governador: Divino Bethânia Júnior (Pros)
Coligação: PR, Pros, SD, PMB e PPL

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