Os professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), durante
reunião na manhã desta sexta-feira, 25, decidiram manter a greve
iniciada no final de maio. Em votação nessa quinta-feira, 24, a
categoria optou por continuar com o movimento com o resultado de 153
votos a favor e 123 contra, em assembleias realizadas nos campi de
Palmas, Araguaína, Gurupi, Tocantinópolis, Miracema, Porto Nacional e
Arraias.
De acordo com o membro do Comando de Greve, Marcelo Leineker, agora o
movimento, que é nacional, irá rever a pauta de negociações com o
governo federal, que até agora se mostrou inflexível em relação às
reivindicações, e definir os novos rumos do movimento.
Em carta aberta aos docentes e servidores técnico-administrativos
grevistas da Universidade Federal do Tocantins (UFT), centros acadêmicos
(CA) de 11 cursos questionaram sobre os prejuízos causados pelas
constantes mobilizações da categoria. Conforme o documento, em quatro
anos a instituição enfrentou cerca de 300 dias de paralisação.
Os alunos dos centros acadêmicos afirmam no documento que a Universidade
Federal do Tocantins já tinha de três a quatro meses de atraso no
calendário acadêmico, com a greve atual o prejuízo cresceu para oito
meses.
Diante dos prejuízos os alunos questionam o movimento dos docentes e
servidores. "Temos plena ciência de que os maiores responsáveis por todo
o transtorno instaurado na educação pública estão na esfera
governamental, mas acreditamos que dentro de todo este processo a
responsabilidade precisa ser parcelada entre todos os atores envolvidos
quando o consenso não é atingido após 110 dias de paralisação", discorre
a carta.
Na carta, os centros acadêmicos demonstram preocupação na reposição das
aulas, com os prejuízos causados na sociedade e com a evasão de alunos.
"Acreditamos fortemente que muitos de nossos colegas deixaram de estudar
na UFT em decorrência do clima de instabilidade constante, que reduz as
oportunidades de ocupação em vagas de emprego e estágio, e acaba com
qualquer planejamento quanto às formaturas", afirmam.
Assinaram a carta aberta representantes dos centros acadêmicos de
Engenharia Civil, Rafael Amaral; de Medicina, Thais Gontijo; Engenharia
Ambiental, Alef Diniz; Ciência da Computação, Wandro Beckman Maciel;
Enfermagem, Gilmara Reis; Engenharia de Alimentos, Júlia Leal; Ciências
Contábeis, Fernando Rodrigues; Filosofia, Thassio Paz; Administração,
Marina Moreira; Pedagogia, Silvia Soares; e Ciências Econômicas.