Um dia após determinar a suspensão da greve, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet) não descarta a retomada da mobilização caso o governo do Estado decrete o corte de pontos pelos dias paralisados. A possibilidade de desconto nos vencimentos foi concedida por decisão liminar do desembargador Marco Villas Boas. O presidente da entidade, José Roque Santiago, disse ao CT nesta sexta-feira, 28, que não irá aceitar o "autoritarismo" do Executivo.
De acordo com José Roque Santiago, a entidade pode reagir retomando o movimento paredista ou deixando fazer a reposição dos dias letivos, como forma de pressionar Executivo. "Se sacanearem conosco, nós vamos reagir. Se houver corte dos pontos ninguém vai repor as aulas", afirmou.
O presidente da regional de Palmas do Sintet, Joelson Pereira dos Santos, explicou ao CT que, se a Secretaria da Educação (Seduc) cortar os pontos, os professores não são obrigados a repor as aulas. O sindicalista afirma ainda que, se o Estado não oferecer 200 dias letivos, o titular da Seduc, Adão Francisco, e o governador Marcelo Miranda (PMDB) podem responder por improbidade administrativa.
Caso seja confirmado o desconto nos vencimentos, o sindicato deve chamar nova assembleia para definir a estratégia de reação. "Nós não vamos aceitar o corte. O secretário irá abrir outra guerra conosco", disse José Roque. "Pode ser que a greve não volte, mas o secretário nunca vai ser perdoado", ponderou Joelson Pereira, que ainda acrescentou: "Estamos vendo este gesto como retaliação".
Seduc
O CT questionou a Secretaria da Educação (Seduc) sobre o desconto nos
vencimentos dos servidores, mas a pasta não se manifestou até a publicação
desta matéria. Anteriormente, a Seduc já havia confirmado o corte de ponto,
destacando que seriam contabilizados a partir do dia 12 de agosto e efetuados
na próxima folha de pagamento.
Eleição para professor
Os líderes sindicais também comentaram a decisão da Seduc em manter a avaliação de competência para a escolha de diretores. No processo, a pasta irá selecionar apenas três candidatos para serem submetidos à votação. O Sintet é contra o sistema. "Isto é uma forma de excluir postulantes. Somos totalmente contrários", disse José Roque Santiago.
Joelson Pereira também é contra o sistema, mas destacou como vitória a implantação de processo seletivo para diretores de escola. "Nós entendemos que esta prova vai restringir e ao mesmo tempo fará uma filtragem, mas para nós o importante é a eleição. Mas entendemos que se o processo acontecer, esta questão [avaliação prévia] fica em segundo plano, pois a eleição é uma defesa histórica do Sintet", afirmou.