Uma Capital com 27 anos de histórias para contar, um sonho real - Tribuna do Interior

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Tocantins, Quinta-feira, 28 de março de 2024.
24/05/2016 - 06h48m

Uma Capital com 27 anos de histórias para contar, um sonho real

Seleucia Fontes / Governo do Tocantins 
Foto: Valério Zelaya

A lembrança mais persistente dos primeiros moradores de Palmas está intimamente ligada a sua construção. A maioria fala de um imenso e empoeirado canteiro de obras, com poucos alojamentos e um vaivém contínuo até Miracema â?? 80 km distante e eleita capital provisória do Tocantins - até a efetiva inauguração da cidade, em 1989. Quem aqui chegou mais recentemente encontra uma cidade ordenada, com as virtudes das localidades interioranas e também alguns defeitos dos grandes centros. Mas, para a maioria, a cidade aniversariante é sinônimo da concretização de sonhos.

No dia 20 de maio de 1989, era lançada a pedra fundamental e celebrada a primeira missa de Palmas, então promessa de eldorado para muitos que vieram para o novíssimo Estado do Tocantins. A cidade que hoje conhecemos, estruturada e com pouco mais de 272 mil habitantes, cheia de encantos e com vários problemas inerentes às grandes cidades, tem muitas histórias a revelar.

A escolha do local onde seria sua construção já foi uma aventura. Na época, lideranças políticas e econômicas de Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e da Capital provisória, Miracema, disputavam o privilégio de abrigar em definitivo o coração administrativo do Estado. Nenhuma delas foi a resposta. Aos moldes de Brasília (DF), seria erguida uma nova cidade, cujo nome remeteria à histórica luta pela emancipação da região norte do Estado de Goiás, já que, em 1821, o ouvidor Theotônio Segurado chegou a estabelecer a Província de São João da Palma, em Cavalcante.

No dia 2 de janeiro de 1989, uma comissão especial para decidir a área onde seria construída Palmas foi formada, e deveria escolher entre algumas áreas já definidas:  Canela, Carmo, Santa Luzia e Mangue. No dia 9 de fevereiro, a região do Canela foi oficialmente anunciada como a escolhida.

No dia 5 de maio, foi revelado o nome da futura Capital, Palmas, mas a aprovação da criação do município, juntamente com a definição do primeiro prefeito - Fenelon Barbosa, então prefeito de Taquaruçu, que passou a ser distrito de Palmas - só aconteceria no dia 19 de julho.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/TO) chegou a questionar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), via mandado de segurança, os dispositivos que permitiam esses arranjos, mas depois de algumas manobras políticas que incluíram a anexação de Taquaruçu, o Legislativo Estadual com a Emenda nº 01/89 modificou os artigos julgados inconstitucionais pelo STF.

E foi assim que Palmas começou, entre uma disputa política e outra, entre atropelos e muita correria para levantar a cidade o mais rápido possível.

Improviso

Para quem não sabe, a UHE Luís Eduardo Magalhães já existia no projeto desde essa época, mas a previsão de construção era apenas para 2020. A Capital foi projetada já levando em consideração o futuro lago. Já o posicionamento do Palácio Araguaia foi definido para o centro de duas grandes avenidas cortando a cidade de norte a sul e de leste a oeste.

Palmas cresceu rapidamente. No início, o improviso comandava tudo: no lugar de casas, alojamentos; das ruas asfaltadas, buracos, poeira ou lama, conforme as estações; as igrejas funcionavam sob armações com lona preta. �s margens do córrego Sussuapara foi montado o primeiro restaurante. O primeiro hotel da cidade só seria erguido em 1990, e só havia um supermercado de pequeno porte.

Enquanto as ruas e avenidas centrais eram abertas e os prédios que abrigariam os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário eram construídos, na periferia começavam as invasões, que tiveram seu ápice entre os anos de 1992 e 1994, forçando a montagem de barreiras para tentar impedir a ocupação desordenada. Em seus primeiros 20 anos de vida, Palmas registrou as mais importantes taxas de crescimento demográfico do Brasil, recebendo pessoas de todos os estados brasileiros, criando uma colcha de retalhos sociais e culturais que, hoje, Ã© a essência do povo palmense.

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