Uso de caixa dois em campanhas eleitorais é culpa também do próprio judiciário e MPE - Tribuna do Interior

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Tocantins, Sábado, 20 de abril de 2024.
14/04/2017 - 16h44m

Uso de caixa dois em campanhas eleitorais é culpa também do próprio judiciário e MPE

Rodrigues di Sousa 

A grande maioria dos políticos brasileiros apontados por delatores, donos e executivos da empreiteira Odebrecht e outras que estão por vir, que receberam dinheiro da propina teve como destino final o caixa dois nas campanhas eleitorais em diversos Estados brasileiros e nas campanhas nacionais de diversos presidenciáveis, principalmente da década de noventa pra cá.

O uso de caixa dois existe porque o próprio judiciário, no caso das eleições o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), auxiliados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e Ministério Publico Eleitoral (MPE), que juntos regulamentam os limites de gastos de campanhas para cada candidato a determinado cargos eletivos ou coligações.

Nas eleições de 2014 por exemplo, os três principais candidatos a governadores do Tocantins "Marcelo Miranda, Sandoval Cardoso e Ataides Oliveira" registraram em média de R$ 20 milhões de reais para cada um dos candidatos, o que é considerado incompatível com os ganhos previstos em caso de vitoria com suas remunerações.

Se levar em consideração que um governador ganhasse naquela época em 2014, o teto maximo de um agente publico, que equivale o maior salário de cerca de R$ 34 mil reais, durante o mandato, o acumulado nos 48 meses daria pouco mais de R$ 1,6 milhões e se fosse totalmente aplicado nas cadernetas poupanças ou pela inflação, dificilmente alcançaria a sifra de 2,5 milhões de reais, uma grande diferença entre o autorizado pela justiça eleitoral e o ganho real. Então o Judiciário e o Ministério Publico Eleitoral também são culpados pela corrupção que alastra esse país a muitos anos.

Daí, o porquê de haver o propinato, buscando nos cartéis das grandes empreiteiras, o filão dos políticos brasileiros que, tem as campanhas eleitorais como uma das mais caras do mundo, tendo o TSE e o MPE como sendo os autorizadores desta gastança, mesmo sabendo que é impossível um político buscar nos diretórios partidários, uma fortuna tamanha para sustentar as campanhas, tendo que buscar doações através das propinas, para depois se ganharem o favorecimento das doadoras em licitações publicas.

Vale ressaltar, que, nenhum empresário dá uma banana em troca de outra, de uma dúzia, um cacho, mas sim de um caminhão. Nos casos das grandes empreiteiras, é um milhão, em troca de cem milhões em obras. E como diz o empresário Emilio Odebrecht, é uma pratica que eternizou no Brasil a muitas décadas, em razão do auto custo das eleições brasileiras, que, ganha quem tem dinheiro e salve se quem puder, ou quem tem poder de influencia com os grandes empresários para bancar campanhas milionárias em troca das licitações fraudulentas.

Um deputado federal, ou senador que custa para os brasileiros cerca de R$ 200 mil por mês, com suas regalias e luxos, gasta em media 7 milhões de reais para se eleger e mais que isso para se reeleger, com a possibilidades de seus salários chegarem em apenas 1.5 milhão, mas a grande parte destes gastos tem a pratica do caixa dois.

No Brasil, o baixo interesse dos políticos pela educação, aliada a baixa qualidade do ensino das pessoas, por falta de valorização e estímulos aos profissionais da educação, que muito deles trabalha com problemas financeiros atormentando suas cabeças e com isso impactados pelo rendimento dos alunos, torna o eleitorado na grande maioria, vulneráveis a corrupção, no aliciamentos pelos políticos, que oferece pequenos valores, em troca do apoio ou mesmo dos votos para se manter a qualquer custo no poder.

Esse país é roubado desde suas descobertas em 1500, mas só agora, com a redemocratização, que fortaleceu a liberdade de imprensa e o fortalecimento e aparelhamento das instituições fiscalizadoras, como a Policia Federal, MPEs, MPFs, TCMs, TCEs, TCU e controladorias, resolveram dar um bastas e desmontar estes sistemas e esquemas perversos, que deixa famílias sem assistência medicas empobrecendo o SUS e enfraquecendo o ensino publico.

� pois é, é isso ai...!

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